quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Disputa pela Chapada



O Deuzim pretende passar os meses do inverno na Chapada. Há quem sonhe com isso. Há quem veja o sonho por sobre a vida. A Chapada dorme? A Chapada sonha? As comunidades da Coceira, do Baixão da Coceira, Lagoa das Caraíbas e São José escolheram a Chapada e não seus algozes como a Suzano Papel e Celulose ou o Gilmar Locatelli. A que reino pertencem os algozes? A que reino pertencem as suas mentiras deslavadas? Áreas em Santa Quitéria, Anapurus, Brejo e Milagres correspondem a um reino em que a disputa dificilmente se encerra. A disputa ora se instala na Chapada, ora se instala nos tribunais. A Suzano Papel e Celulose e o Gilmar Locatelli assumem a primazia dos conflitos e como tal só descansam quando o último dos seus adversários se render.
A disputa que a Suzano trava com as comunidades do Polo Coceira atende por um nome e por uma letra: Gleba C. O estado do Maranhão arrecadou esse território de mais de 13 mil hectares no ano de 1983. O documento de arrecadação cita as comunidades de Barra da Onça, Sucupira, Veado Branco e Coceira.  Uma certidão negativa de 2009 certifica a inexistência de qualquer documento de propriedade na Gleba C. Na verdade, existem quatro títulos concedidos pelo Iterma em 2009 na comunidade Coceira a pessoas desconhecidas para seus moradores. Os titulados venderam rapidamente para o Gilmar Locatelli. Tudo saiu de forma rápida, criticaram os representantes da SMDH e do Fórum Carajás, diferente do que, geralmente, acontece com as comunidades no Baixo Parnaiba que levam anos para obter qualquer beneficio da parte do Estado. Esses títulos correspondem a mais de trezentos hectares que o Gilmar Locatelli averbou como reserva legal de alguma propriedade que desmatara totalmente. Com a área arrecadada, o Iterma se comprometeu em entregar os títulos de Coceira e de Baixão da Coceira até o final de 2012.   
Mayron Régis 

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