terça-feira, 25 de dezembro de 2012

OS EUCALIPTOS MORREM NO BAIXO PARNAIBA


Insurgir-se contra algo requer muita coragem. O Paulo, responsável pelo cartório de Urbano Santos, perguntou aos funcionários do empresário Evandro Loeff se eles sabiam no que se meteram ao pretenderem desmatar mais de 900 hectares da comunidade de São Raimundo. Assim que pressentiram a aparição dos moradores da comunidade no cartório, os funcionários responderam que dispensavam briga e escafederam-se. O Paulo entabulou uma conversa com a Francisca: “Admiro muito sua luta pela desapropriação de São Raimundo e condeno que algumas pessoas aqui de Urbano Santos esquematizem junto com o pessoal do Loeff para que o desmatamento aconteça”. O Nêgo Garreto, membro de uma família tradicional do Baixo Parnaiba maranhense, se enraiveceu do Paulo. Ele se desfaria de Santa Rosa, área de Chapada com mais de dois mil hectares na bacia do rio Preto. A Suzano Papel e Celulose compraria a área. Antes do negócio ser concluído, o Paulo informou o sindicato que na mesma hora protocolou no Incra um pedido de vistoria da área. Segundo o Isaias, que integra a direção do STTR de Urbano Santos, a Chapada da Santa Rosa não se compara em número de bacurizeiros à Chapada de São Raimundo, mas se engradece como uma das mais bonitas da região.
Por toda a região do Baixo Parnaiba maranhense, os eucaliptos ressecam. O Domingos, membro da Associação de São Raimundo, acredita que os funcionários da Suzano erraram na quantidade de veneno aplicado. Os eucaliptos na propriedade de Evandro Loeff mirraram. O Sebastião, presidente da Associação do povoado Coceira. confirma que os eucaliptos da Suzano na Barra da Onça, município de Santa Quitéria, morreram em grande número. Uma das hipóteses para esse fato é que extensões de terra no Baixo Parnaiba maranhense e no interior do Piaui apresentem alto teor de alumínio.
Mayron Régis

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