segunda-feira, 23 de março de 2015

Agroecologia e bem viver no campo baixo-parnaibense



Antes da chegada do agronegócio representado pelas plantações de eucalipto e soja na Região do Baixo Parnaiba Maranhense, muitas comunidades já viviam do processo e manejos ancestrais e  conhecimentos extrativistas com base na produçao de sustentação familiar. Como é o caso de táticas que sobreviveram a linhagem do tempo: colheita do  bacuri, pequi, mangaba, buriti e muitos outros frutos do cerrado que são encontrados nas chapadas e brejais dos povoados.
“Não predar a nutureza e tirar dela equilibradamente o seu sustento”  - esta, por ventura é uma frase que há décadas faz parte da cultura educacional das populações rurais, comunidades das chapadas, ribeirinhos e quiombolas. Entende-se o significado de Agroecologia segundo algumas fontes “O  estudo desde com base em perspectivas ecológicas. Tem como unidades básicas de análises os ecossistemas agrícolas... as áreas de preservação ambiental e fonte de sobrevivencia das comunidades rurais, abordando os processos agrícolas e agricultáveis de maneira ampla e equilibrada, não só visando maximizar a produção mas também otimizar o agroecossistema total e proteção da biodiversidade - incluindo seus componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos. Mas há quem diga nesses termos que a Agroecologia pode ser entendidoa como uma disciplina científica, talvez, como uma prática agricola-extrativista ou como um movimento social e político nos dias de hoje, onde se trata das relações climáticas do planeta e aquecimento total. Nesse direcionamento, a Agroecologia não existe isoladamente, mas é uma ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, além de agregar também saberes populares e tradicionais das comunidades camponesas provenientes das experiências dos homens e mulheres do campo. “Portanto, a base de conhecimento da Agroecologia se constitui mediante a sistematização e consolidação de saberes e práticas (empíricos tradicionais ou científicos), visando a agricultura ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa”.
São várias as comunidades rurais do Baixo Parnaiba que enfretam no dia-a-dia a grande problemática dos entraves que atrapalham a luta pela terra. A Reforma Agrária é a base para o desenvolvimento e concretização de um desenvolvimento agroecológico, pois as disputas e garantias de direitos dos povos do campo não é uma coisa nem lutas dos dias atuais, mas uma página histórica de séculos e séculos. Viver bem no campo depende da realização de políticas públicas e direitos humanos para as sociedades das florestas. Este é um grito que ecoa pelos seminários, congressos e encontros de bases. Aqui no Baixo Parnaiba, essa voz deve alcançar ceus e mares, para assim o Movimento Social se fortalecer.
A soja devasta, os correntões destroem  e o veneno dos campos matam a flora e fauna. Os rios baixo-parnaibenses vem secando a cada instante como é o caso real do Rio Boa Hora em Urbano Santos e a carreira para o mesmo destino do Rio Mocambo, tudo isso causado popularmente e cientificamente comprovado pelo grande impacto ambiental direto de plantaçlões de monocultivos. Pois os estudos agroecologicos aqui no TERRITÓRIO DO BAIXO PARNAIBA enquanto ciência pode-se dizer que coincide com uma maior preocupação por nossas preservações dos recursos naturais. Até acho que alguns  critérios de sustentabilidade nortearam e continuam alimentando essas discussões sobre uma agricultura sustentável, sobretudo que garanta a preservação do solo, dos recursos hídricos, da cultura mais uma vez afirmando, da vida silvestre e dos ecossistemas naturais em especial as chapadas e cabeceiras de rios, ao mesmo tempo que assegura segurança alimentar e nutricional dos povos. Direitos Humanos para todos e todas! Agroecologia e bem viver no campo baixo-parnaibense já!

José Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos

Urbano Santos-MA, 23 de Março de 2015 

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