quinta-feira, 26 de março de 2015

Diretoras do CREA-MA e do SENGE socializaram manifesto sobre a Bacia de Drenagem do Reservatório Batatãem São Luís


                    Aldir
Rita de Cássia Cunha, engenheira agrônoma e Odinea Santos, engenheira civil, respectivamente superintendente do CREA-MA e diretora do Sindicato dos Engenheiros do Maranhão, foram as responsáveis pela socialização do manifesto Análise Espaço – Temporal de Drenagem do Reservatório Batatã de São Luís.

                      O manifesto Análise Espaço – Temporal na Bacia de Drenagem do Reservatório Batatãde São Luís, se constituiu em um importante documento coordenado pelo Sindicato dos Engenheiros do Maranhão  com as importantes contribuições da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, Departamento de Geografia da UFMA e Associação dos Geólogos do Maranhão, que mereceu destaque no Painel Água – Sustentabilidade – Ação de Todos.
                     Nas conclusões e recomendações o documento destaca com muita objetividade aspectosinerentes ao conhecimento das características geotécnicas e hidrológicas da área como ferramentas indispensáveis para subsidiar o planejamento do uso e ocupação do solo, e para realização da gestão dos recursos hídricos, principalmente num ecossistema frágil como as ilhas costeiras. Pelo desenvolvimento do estudo ficou concluído que:
                  – O escoamento superficial é o componente mais efetivo do balanço hídrico na formação do estoque de água no Reservatório Batatã. Ele é em função de um tempo de concentração muito curto, embora a declividade na bacia de drenagem seja variável de branda a íngreme, onde se encontram as colinas e os tabuleiros dissecados:
                    – A bacia de drenagem do entorno do riacho Brasil tem uma área de 6,97 km2, considerada relativamente pequena, o que contribui para redução do tempo de concentração da água da chuva no reservatório. Ressalta-se que tal realidade torna inaceitável qualquer redução da área da bacia do reservatório por “ocupaçõesespontâneas”, sob pena de risco irreversível para a segurança hídrica de captação e fornecimento da água para consumo humano, a exemplo do que já vem ocorrendo  no entorno dos Reservatórios Billings e Guarapiranga, na capital de São Paulo.
                     – A natureza do solo nas zonas planas dos tabuleiros, com predominância da fração arenosa, favorece infiltração quando dotado de cobertura vegetal natural. Entretanto, quandoas condições são modificadas pelas “ocupações espontâneas”, e também pelos cultivos e mineração clandestina, a consequência no solo é a formação de crostas de arenização endurecidas, impeditivas da infiltração de água.
                    – O desmatamento das áreas do entorno do reservatório também influencia negativamente os processos de evapotranspiração, interceptação vegetal e redução de infiltração da água, implicando redução do estoque hídrico no reservatório.
                     – Os impactos negativos ligados ao desmatamento e endurecimento do solo, determinam a diminuição do estoque hídrico do reservatório Batatã. Nessa condição, não importam os incrementos da pluviosidade anual, uma vez que a evaporação é também crescente, diante da perda das qualidades ambientais valor na bacia, implicando severa redução do valor da razão Área de Drenagem/ Capacidade do Reservatório(R).
                        – As mudanças climáticas globais, juntamente com os preocupantes índices demográficos e queda gradativa na qualidade de vida em São Luís, tornam inadiável que os órgãos públicos que atuam na área de saneamento básico, na segurança ambiental da população, e na defesa do patrimônio natural do Estado do Maranhão, desenvolvam ações de retomada das áreas invadidas na bacia de drenagem do Batatã, submetendo essas áreas degradadas a processos competentes de recuperação de suas qualidades ambientais, como medidas de enfrentamento do desabastecimento de água nos bairros atendidos pelo Sistema Sacavém.
                          É importante considerar que a perda de mananciais ainda existentes na Ilha de São Luís implica elevação da demanda sobre o Sistema Italuís, sabidamente despreparado para suportar demandas adruptas.
                           Paralelamente, não há conhecimento seguro disponível sobre o comportamento hidrológico do Rio Itapecuru diante de demandas adicionais. Ainda hoje prevalece um comportamento bastante criticado em passado recente, onde os projetos de aumento da captação naquele manancial primavam pelos altos custos das obras de engenharia, mas sem qualquer domínio sobre as variáveis ambientais, destacando-se as hidrológicas, geotécnicas, geomorfológicas, hidrogeológicas e do uso e ocupação do solo em sua bacia hidrográfica.
                             O cenário espaço-temporal indica que nos últimos anos a área do Reservatório Batatã, inserido nas “áreas protegidas” do Parque Estadual do Bacanga – PEB, sofreu considerável degradação, com aumento das zonas de solo desnudo e perda de vegetação. Neste cenário, os serviços ambientais da área estão comprometidos pelas ações humanas e pela falta de politicas eficientes, preconizadas no Plano de Manejo do Parque Estadual do Bacanga – PEB, no Plano Diretor da Cidade de São Luís; na categoria de áreas de sustentabilidade ambiental, Sistema Nacional de Unidade de Conservação – SNUC; Lei Estadual de Recursos Hídricos e outras.
                            A construção do manifesto técnico foi feita pelos engenheiros Hélio de Oliveira Souza Costa (ABAS), Ediléa Dutra Pereira (UFMA/DEGEO) e Agenor Aguiar Teixeira Jaguar

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