sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Sindicato evita expulsão de famílias empossadas pelo INCRA da Fazenda Imperial

 Segundo informações do advogado da FETAEMA, Sérgio Barros, 7.046 hectares, de um total  de 8.600, da chamada Fazenda Imperial, que fica às margens da BR-316,  foram desapropriadas.

Em novembro de 2014, o INCRA, após cadastrar, deu posse à 156 famílias (258 podem ser assentadas na área).
Na semana passada estas famílias passaram dois dias debaixo de muita pressão psicológica. Um grupo de homens ‘gigantes’ apareceu no local mostrando um documento do INCRA que devolvia a posse ao antigo dono (que pelo que explicou Antonio Barros do STTR,  até já faleceu e quem estaria na briga seria um arrendatário).
O problema, afirmou o advogado dos lavradores, estaria no NÃO pagamento do que foi acertado entre quem vendeu e o governo, via INCRA.
“Ela tá questionando hoje os valores das indenizações, o pagamento foi feito correto, se não foi feito correto, o que não é de interesse dos trabalhadores isso é uma briga entre governo, Incra e empresa, com os trabalhadores o problema está resolvido, a imissão na posse foi feita e daqui eles vão tocar a vida deles em diante”, explicou o advogado
A Polícia Militar, sob o comando do capitão Igor Vieira, foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Codó.
No local, não encontrou armas com os ‘gigantes’ que lá estavam, mas as famílias denunciaram que eles chegaram a mostrar uma motosserra que seria usada na derrubada das casas caso elas não fossem abandonadas até o meio dia da última sexta-feira.
Ao final da conversa, com a presença ostensiva da PM, os homens foram embora em duas Hilux,  e ficou acertado que as famílias continuarão no local, terminarão a construção das casas, plantarão e colherão, mas nenhuma outra entrará até que o impasse seja resolvido pelo INCRA ou pela Justiça Federal.
Antonio Barros criticou a postura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Esta semana vai marcar uma reunião com a direção em São Luís.
“E hoje o INCRA o documento dá um documento administrativo dizendo que a posse volta pra mão do dono e o prejuízo desses companheiros onde é que fica, eles são assentados da reforma agrária e as casas deles, onde é que fica, então nós vamos marcar uma audiência com o INCRA nessa semana e vamos junto com CONTAG, CCN, Aconeruq, vamos tentar da melhor forma possível tentar resolver o problema desses companheiro”, disse continuando
“Nós temos muito mais de 300 linhas de roça aqui dos companheiros, nós temos muito mais de 50 casas e vamos continuar aqui dentro, vamos lutar na Justiça, nessa próxima semana nós vamos tá marcando audiência com o INCRA PRA VER o que nós podemos resolver a situação desses companheiros que tão aqui dentro da área”, concluiu
Os lavradores também estão cobrando uma posição do órgão.
“A gente tem que saber a opinião do INCRA porque a gente veio pra cá não foi como invasão, nós fomos cadastrados e nós autorizados a vir pra cá, nós não vimos fazer invasão, nós viemos com ordem”, disse José Francisco Sousa Filho
Maria Francisca da Silva, uma das mais valentes da área, disse que todos só querem o direito de morar e trabalhar
“O que a gente quer é só ter o direito de trabalhar, um local pra gente poder criar as coisas da gente porque na cidade a gente não pode fazer isso (…) então a gente tá querendo um local pra gente criar os bichos da gente e trabalhar, plantar, tirar o sustento, fazer roça, é isso que a gente quer”, argumentou a lavradora em reportagem da TV Mirante

Nenhum comentário:

Postar um comentário