segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Passagens pelas belas chapadas das comunidades Araras e Mosquito... rumo à Lagoa do Cassó na vista dos desacatos ambientais do eucalipto.





Aquelas chapadas que limitam e estremam com as regiões dos campos arenosos, dunas e marajás, os caminhos clareavam a cada parada em casas de amigos - primeiramente no Povoado Araras – município de Urbano Santos; em seguida no Mosquito - município de Beláguas e uma breve conversa com velhos companheiros na comunidade Prata dos Basílios. Não foi por acaso, pois o destino seria a Lagoa do Cassó, mas por mera conscidencia do destino os caminhos ficaram complicados e a caminhonete acabara adentrando pelos campos de eucaliptos que beiravam as estradas. Os bacurizeiros abotoados floriam pelo cerrado marcando uma nova época de fartura –, eles ainda clamam por justiça: os campo de eucaliptos tomam conta da região, provando que o agronegócio ainda impera com seus modos de produção agressoras para as comunidades rurais. O cerrado de nossa região do Baixo Parnaíba tem suas várias diversificações; por um lado limita com as dunas, por outro com o Oceano Atlântico. Nossas chapadas pré-amazônicas são diferenciadas de todas as outras chapadas do Brasil, nas espécies vegetais e animai; muitos pássaros e outros tipos de animais silvestres só existem neste lugar inigualável, assim também como espécies vegetais nos pomares que alimentam homens e mulheres do sertão. Aqueles lugares dividiam-se em áreas bonitas de se ver, os capões de matos com seus frutos, as chapadas e arvores envergadas do outro lado dos monocultivos. E então o carro passava com rapidez em direção ao ponto principal, o Cassó. Quando apareceram os primeiros sinais de vista daquela bela lagoa, um espanto – pela enorme diferença de há cinco anos atrás, o nível de água baixara tanto que até mesmo os moradores ainda não conseguiram entender. Os cajueiros que enfeitavam suas margens desapareceram, os buritizeiros secaram suas palhas e o junco que protegia desfarelou-se. Por quê? Entendemos que para essa lagoa manter sua forma natural é preciso o equilíbrio da chapada que protege as nascentes e círculos da água que passam por baixo do lençol freático, pois as cabeceiras se foram e estão sendo atingidas diretamente pelas plantações de eucalipto. A lagoa do Cassó fica no meio da chapada que por ventura sofre alterações em seu bioma, essa realidade é triste. Pois bem, o certo é que apesar de tudo, usufrui das águas frias naquela manhã nublada e tempo frio do dia 1º de janeiro de 2016, em meio às revoltas por tamanho desacato aos direitos ambientais. Na volta à tardinha, trilhava-se por outros caminhos aplainados da Suzano descendo pelas comunidades Mato Grande, Araras, Mendes e Joaninha até chegar na estrada que liga Urbano Santos à Barreirinhas. Por onde também se enxerga a grande devastação das chapadas pelos gaúchos para a plantação de soja. Aquelas chapadas estão lá precisando de proteção, a cada momento elas desaparecem de nosso mapa, seja pelo empreendimento do agronegócio, ou mesmo por outros motivos. As chapadas que chamam nossas chuvas imploram por justiça. Que possa valer nossos direitos por um ambiente saudável! Fiquemos cientes que neste andar da carruagem onde a cada dia se grita mas parece que ninguém ouve com a falta de água, em especial... talvez há alguns poucos dias pela frente não veremos mais o que ainda podemos ver hoje em dia”. Viva as chapadas com suas diversidades  e fatos que celebram a vida. Nossas vidas!


José Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos e da Vida
(98) 98607-6807
Urbano Santos-MA, 04 de Janeiro de 2016

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