segunda-feira, 9 de maio de 2016

A FLORESTA E O CAMPO LESTE




Havia um dia em que aquela floresta estava alegre e outro dia em que ela estava triste, para as bandas do Leste Maranhense, Região do Baixo Parnaíba as coisas eram rudimentares. Quando infelizmente se tratava da ganancia por terras, a terra que suprira as demandas da empresa. A mesma terra que durante séculos foi e continua sendo a mãe das comunidades rurais. Algum tempo atrás aquela floresta conseguiu seu apogeu, cantos e recantos para os confins dos ares. Desde décadas a floresta foi invadida pelo dinheiro da soja e do eucalipto. Os anos se passaram e a floresta continua lá, da forma que consegue até agora resistir. A chapada estava densa, cheia de vida, cheia de tudo: pássaros, bichos...  repleta de frutos e de pequenas espécies rasteiras e altas. Veio por ventura a grande e cruel devastação da flora e da fauna, o correntão abraçara tudo. O agronegócio se apresentou por essas bandas. Já não existia mais o tatu, nem o peba, nem a cotia, nem o mambira, nem a paca, nem os ratos, nambus e juritis que os camponeses conseguiam em suas espertas armadilhas (quebras e mundés). Os rios secaram e pararam de dá peixes... frutos da águas que alimentavam os ribeirinhos antes de partirem para suas roças. As práticas tradicionais lembrara aquelas lavouras sem perigo “roças agroecológicas” e tempos de outrora; velhos campos e farinhadas, jornadas pesados de trabalho no roçado para casa. Para o outro lado a grota da bicuíba ainda não secou e as piabas brincavam sobre o brilho da fonte, antes de tornarem torradas com farinha de puba. A fonte cantava com suas mães d`águas, uma música matinal e quase assombrosa.   Partiram dali os camponeses que viviam diretamente da floresta e das águas.  E a floresta avizinhava-se com o campo leste deste velho e cobiçado lugar.
José Antonio Basto
(98) 98607-6807


 


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